Já li um crítico que dizia que com 8 e ½ o modernismo finalmente chegava ao cinema em 1963 – e eu fiquei me perguntando, “será que esse cara nunca viu 'Cão Andaluz' do Buñuel?” Bom, modernismos e pós-modernismos a parte, esse filme sobre um filme sobre um filme é uma jogada de mestre de um diretor consagrado em plena crise dos 40, sem saber que caminho seguir. Mas nesses nossos tempos de moralismo puritano, o que mais me chama em Fellini é a capacidade de ser profundamente crítico [inclusive consigo mesmo] sem perder absolutamente o afeto pelas coisas. Nem o senso crítico é raivoso e amargo, nem a memória nostálgica é simplesmente apaziguadora. Um exemplo dessa proeza que Fellini repete tantas vezes em seus filmes, no caso de 8 e ½, é a paródia impiedosa que ele faz das fantasias masculinas, revelando sem o menor pudor, com a maior cara de pau possível, o desejo do protagonista de ver, não apenas a amante perua e a esposa intelectual, mas todas as mulheres que amou ou desejou – inclusive mãe, avó e babás – num harém absurdo, completo com um andar de cima para aquelas condenadas ao esquecimento.
1. O crescimento dos protestantes no Brasil é realmente impressionante, saindo de uma pequena minoria para quase um quarto da população em 30 anos: 1980: 6,6% 1991: 9% 2000: 15,4%, 26,2 milhões 2010: 22,2%, 42,3 milhões Há mais evangélicos no Brasil do que nos Estados Unidos: são 22,37 milhões da população e mais ou menos a metade desses pertencem à mesma igreja. Você sabe qual é? 2. Costuma-se, por ignorância ou má vontade, a dar um destaque exagerado a Igreja Universal do Reino de Deus e ao seu líder, Edir Macedo. A IURD nunca representou mais que 15% dos evangélicos e menos de 10% dos protestantes como um todo. Além disso, a IURD diminuiu seu número de fiéis nos últimos 10 anos de acordo com o censo do IBGE, ao contrário de outras denominações, que já eram bem maiores. 3. Os jornalistas dos jornalões, acostumados com a rígida hierarquia inst...
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É o primeiro filme Fellini do Fellini, porque até 1962, ele flertou com o neorealismo (I Viteloni e La Strada, para ficar nos melhores) e com o cinema italiano dos anos 60 e 70 (com La Dolce Vita).
A partir do 8 e 1/2, Fellini passa a ter uma cara toda própria.
Um filmaço, e sua análise ficou muito boa.
Abração