Meu irmão foi entrevistado no Estado de São Paulo. Segue um dos trechos mais interessantes:
“É incrível como, ao longo desses quase 30 anos de retomada da experiência democrática no Brasil, depois do longo período das trevas representadas pela ditadura militar, o Estado foi progressivamente se eximindo de sua responsabilidade por uma política para a cultura, entregando tudo na mão das leis de isenção fiscal. Não que essas leis não tenham sido importantes e representado algum tipo de avanço, mas a política pública para o teatro foi deixada de lado. Hoje, Belo Horizonte, que é um polo cultural importante no País, tem o seu principal teatro público, o Chico Nunes, fechado há mais de um ano. É claro que os pequenos espaços alternativos de grupos proliferaram, mas são espaços com capacidade de mobilização mais reduzida. Muitas vezes tenho a impressão que o teatro está se apequenando, perdendo sua dimensão de res pública, para ficar restrito a guetos. Como exemplo de política cultural, uma das boas experiências que eu vi acontecer e que relato um pouco no livro, foi a política das ocupações de teatros públicos da rede municipal no Rio, por diretores e grupos, na década de 90 e que deu bons resultados. O Estado não tem que fazer, mas ajudar a criar as condições para que os artistas façam, especialmente aqueles que fazem um trabalho artístico essencial e que têm poucas condições de sobreviver nas leis de mercado.”
Enquanto o maldito correio não traz o livro, vou me contentando assim e com o blogue do homem Galpão…
Comments
Mas irmão é irmão! =)