Skip to main content

Rir para não chorar: 15 minutos e 17 segundos


[Ilustração: Retrato de Lucian Freud feito por Francis Bacon]

Então deixa ver se eu entendi: o "debate da sociedade" sobre Belo Monte vai ser feito em torno de argumentos apresentados em um filme de 8 minutos com um monte de atores famosos falando em segmentos de 10 segundos e outro filme de 7:17 com um batalhão de estudantes da UNICAMP falando do mesmo jeito? Quer dizer que em exatos 15 minutos e dezessete segundos eu vou saber tudo o que preciso saber para emitir meu juízo também?
Seria coincidência que juntos eles dão os tais 15 minutos de fama de que o Warhol falava?

Comments

rex said…
Paulo, your point is well taken, but I think the release of both videos is rather a response to the fundamental problem of representing ecological violence. What are forms that this representation can assume? It's a problem we face as a society: the aftereffects of ecological violence are so often indirect, postponed, and even outsourced, and the media—which is so used to representing violence that is immediate and instantaneous—does not know how to handle slow violence (Rob Nixon's term).

I agree that both videos you reference are not perfect. In my own reading, they are not trying to disseminate knowledge but rather combat public apathy. There's certainly more work to be done in changing public opinion and educating the public about the Monte Belo dam.
Rex, what I would love to watch is a much longer video where two strong defendants of the two opposing points of view responded directly to the claims of the other. Blogs such as Catatau have offered interesting ideas but for the most part what I see is a sequence of monologues with strident rhetoric and very weak arguments. I am also very suspicious when people simply imply I should ignore or accept what people are saying because they work for Globo or UNICAMP. We're witnessing a discussion that is still very superficial and I truly hope we're not going to simply go on making the same stupid mistakes we've made for so long into the 21st century. It's been 500 years now that indigenous peoples have been ignored and the environment destroyed without much pause for thinking on the consequences!
rex said…
Paulo, I agree on all points and would love to see such a sincere debate addressed in the public sphere.

If you haven't already seen this, I have found some good information on the dam(n) project here:

http://amazonwatch.org/work/belo-monte-dam
I did read it, Rex, but I think it would be really great if we could get two qualified people from the two opposing camps to debate these. What the people in favor of the dam do is to disqualify some of that info and this has to be confronted. Effective information has to move undecided people not just preach to the converts. In that sense I fear the supporters of the dam[n] may be doing a better job unfortunately.

Popular posts from this blog

Diário do Império - Antenado com a minha casa [BH]

Acompanho a vida no Brasil antes de tudo pela internet, um "lugar" estranho em que a [para mim tenebrosa] classe m é dia brasileira reina soberana, quase absoluta, com seus complexos, suas mediocridades e sua agressividade... Um conhecido, daqueles que ao inv és de ter um blogue que a gente visita quando quer, prefere um papel mais ativo, mandando suas "id éias" para os outros por e-mail, me enviou o texto abaixo, que eu vou comentar o mais sucintamente possível: resolvi a partir de amanh ã fazer um esforço e tentar, al ém do blogue, onde expresso minhas "id éias" passivamente, tentar me comunicar diretamente com as pessoas por carta... OS ALUNOS DE UNIVERSIDADES PARTICULARES DERAM UMA RESPOSTA; E A BRIGA CONTINUOU ... 1 - PROVOCAÇÃO INICIAL Estudar na PUC:............... R$ 1.200,00 Estudar no PITÁGORAS:..........R$ 1.000,00 Estudar na NEWTON:.....R$ 900,00 Estudar na FUMEC:............ R$600,00 Estudar na UNI-BH:........... R$ 550,00 Estudar na

Uma gota de fenomenologia

Esse texto é uma homenagem aos milhares de livrinhos fininhos que se propõem a explicar em 50 páginas qualquer coisa, do Marxismo ao machismo e de Bakhtin a Bakunin: Uma gota de fenomenologia Uma coisa é a coisa que a gente vive nos ossos, nos nervos, na carne e na pele; aquilo que chega e esfria ou esquenta o sangue do caboclo. Outra coisa bem outra é assistir essa mesma coisa, mais ou menos de longe. Nem a mãe de um caboclo que passa fome sabe o que é passar fome do jeito que o caboclo que passa fome sabe. A mãe sabe outra coisa, que é o que é ser mãe de um caboclo que passa fome. Isso nem o caboclo sabe: o que ela sabe é dela só, diferente do caboclo e diferente do médico que recebe o tal caboclo e a mãe dele no hospital. O médico sabe da fome do cabloco de um outro jeito porque ele já ficou mais longe daquela fome um tanto mais que a mãe e outro tanto bem mais que o caboclo. O jeito que o médico sabe da fome daquele caboclo pode ser mais ou menos só dele ainda, mas isso só se ele p

Protestantes e evangélicos no Brasil

1.      O crescimento dos protestantes no Brasil é realmente impressionante, saindo de uma pequena minoria para quase um quarto da população em 30 anos: 1980: 6,6% 1991: 9% 2000: 15,4%, 26,2 milhões 2010: 22,2%, 42,3 milhões   Há mais evangélicos no Brasil do que nos Estados Unidos: são 22,37 milhões da população e mais ou menos a metade desses pertencem à mesma igreja.  Você sabe qual é? 2.      Costuma-se, por ignorância ou má vontade, a dar um destaque exagerado a Igreja Universal do Reino de Deus e ao seu líder, Edir Macedo. A IURD nunca representou mais que 15% dos evangélicos e menos de 10% dos protestantes como um todo. Além disso, a IURD diminuiu seu número de fiéis   nos últimos 10 anos de acordo com o censo do IBGE, ao contrário de outras denominações, que já eram bem maiores. 3.      Os jornalistas dos jornalões, acostumados com a rígida hierarquia institucional católica não conseguem [ou não tentam] entender muito o sistema