Carl Friedrich Philipp von Martius [1794-1868] articulou
provavelmente pela primeira vez o tema das “três raças” que tem tido tanto
impacto na identidade do Brasil. Von Martius escreveu a monografia “Como se
deve escrever a história do Brasil” em resposta à chamada do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro
por indicações para o estudo da história do então nascente Brasil. Von Martius
saiu-se com a ideaia de que “o homem brasileiro” era resultado “do encontro, da
mescla, das relações mútuas e mudanças” de “três raças, a saber: a de cor de
cobro ou americana, a branca ou caucasiana, e enfim a preta ou etiópica” (442).
A história do Brasil para Von Martius seria o resultado da “lei particular” que dirige o “movimento
histórico” das três raças, movimento
que implicava na sujeição de duas delas ao “sangue português (…) poderoso rio
que deverá absorver pequenos confluentes das raças india e etiópica” (443).
Monteiro Lobato conta em "O engraçado arrependido" a história trágica de um homem que não consegue se livrar do papel de palhaço da cidade, papel que interpretou com maestria durante 32 anos na sua cidade interiorana. Pontes é um artista, um gênio da comédia e por motives de espaço coloco aqui só o miolo da introdução em que o narrador descreve o ser humano como “o animal que ri” e descreve a arte do protagonista: "Em todos os gestos e modos, como no andar, no ler, no comer, nas ações mais triviais da vida, o raio do homem diferençava-se dos demais no sentido de amolecá-los prodigiosamente. E chegou a ponto de que escusava abrir a boca ou esboçar um gesto para que se torcesse em risos a humanidade. Bastava sua presença. Mal o avistavam, já as caras refloriam; se fazia um gesto, espirravam risos; se abria a boca, espigaitavam-se uns, outros afrouxavam os coses, terceiros desabotoavam os coletes. E se entreabria o bico, Nossa Senhora! eram cascalhadas, eram rinchavelhos, e...
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