Os olhos de D.
Paula
Para meu pai, que amava Machado de Assis
um par de olhos
grandes
que teriam sido
infinitos
abaixa-se para
deixar
passar a onda, e ressurgir,
grandes, sagazes
e teimosos,
lendo devagar,
enfiando-se
entre sílabas e
letras
para beber as
palavras
como um cordial.
Tinha de novo toda
a vida
nos olhos; essa
mocidade,
inquieta e
palpitante,
a boca fresca,
os olhos ainda
infinitos.
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