Skip to main content

A música popular vai e volta sem dar a menor bola para sua noção de bom gosto, cultura "de qualidade" ou autenticidade

O mento está para o reggae como o maxixe está para o choro. Anos 50 e 60 na Jamaica: péssima reputação de música de um bando de pé-de-chinelo bêbado fumador de maconha encrenqueiro barraqueiro etc e tal. Nada mais justo que eles chupem descaradamente da chupada descarada que Amy Winehouse deu no R&B do começo dos anos 60.

Minha filha tem 6 anos e adora música. Eu então escuto tudo o que ela escuta, com prazer e muita paciência, assim como jogo banco imobiliário e vejo desenhos animados dela. Pois não é que está bombando aqui nos EUA exatamente uma nova chupada naquele universo musical dos Jolly Boys? Saca só esse sucesso avassalador que toca 354 vezes por dia no rádio:

All About That Bass
Meghan Trainor/Kevin Kadish

Because you know
I'm all about that bass
'Bout that bass, no treble
I'm all about that bass
'Bout that bass, no treble
I'm all about that bass
'Bout that bass, no treble
I'm all about that bass
'Bout that bass

Yeah, it's pretty clear, I ain't no size two
But I can shake it, shake it
Like I'm supposed to do
'Cause I got that boom boom that all the boys chase
And all the right junk in all the right places

I see the magazine workin' that Photoshop
We know that shit ain't real
C'mon now, make it stop
If you got beauty, beauty, just raise 'em up
'Cause every inch of you is perfect
From the bottom to the top

Yeah, my mama she told me don't worry about your size
She says, "Boys like a little more booty to hold at night."
You know I won't be no stick figure silicone Barbie doll
So if that's what you're into then go ahead and move along

R

I'm bringing booty back
Go ahead and tell them skinny bitches that.
No, I'm just playing. I know you think you're fat
But I'm here to tell ya
Every inch of you is perfect from the bottom to the top

R2

R

Comments

Popular posts from this blog

Protestantes e evangélicos no Brasil

1.      O crescimento dos protestantes no Brasil é realmente impressionante, saindo de uma pequena minoria para quase um quarto da população em 30 anos: 1980: 6,6% 1991: 9% 2000: 15,4%, 26,2 milhões 2010: 22,2%, 42,3 milhões   Há mais evangélicos no Brasil do que nos Estados Unidos: são 22,37 milhões da população e mais ou menos a metade desses pertencem à mesma igreja.  Você sabe qual é? 2.      Costuma-se, por ignorância ou má vontade, a dar um destaque exagerado a Igreja Universal do Reino de Deus e ao seu líder, Edir Macedo. A IURD nunca representou mais que 15% dos evangélicos e menos de 10% dos protestantes como um todo. Além disso, a IURD diminuiu seu número de fiéis   nos últimos 10 anos de acordo com o censo do IBGE, ao contrário de outras denominações, que já eram bem maiores. 3.      Os jornalistas dos jornalões, acostumados com a rígida hierarquia inst...

Poema meu: Saudades da Aldeia desde New Haven

Todas as cartas de amor são Ridículas. Álvaro Campos O Tietê é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia, mas o Tietê não é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia porque não corre minha aldeia. Poucos sabem para onde vai e donde vem o ribeirão da minha aldeia, 
 que pertence a menos gente 
 mas nem por isso é mais livre ou menos sujo. O ribeirão da minha aldeia 
 foi sepultado num túmulo de pedra para não ferir os olhos nem molhar os inventários da implacável boa gente da minha aldeia, mas, para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, 
 a memória é o que há para além do riberão da minha aldeia e é a fortuna daqueles que a sabem encontrar. Não penso em mais nada na miséria desse inverno gelado estou agora de novo em pé sobre o ribeirão da minha aldeia.

Contos: "O engraçado arrependido" de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato conta em "O engraçado arrependido" a história trágica de um homem que não consegue se livrar do papel de palhaço da cidade, papel que interpretou com maestria durante 32 anos na sua cidade interiorana. Pontes é um artista, um gênio da comédia e por motives de espaço coloco aqui só o miolo da introdução em que o narrador descreve o ser humano como “o animal que ri” e descreve a arte do protagonista: "Em todos os gestos e modos, como no andar, no ler, no comer, nas ações mais triviais da vida, o raio do homem diferençava-se dos demais no sentido de amolecá-los prodigiosamente. E chegou a ponto de que escusava abrir a boca ou esboçar um gesto para que se torcesse em risos a humanidade. Bastava sua presença. Mal o avistavam, já as caras refloriam; se fazia um gesto, espirravam risos; se abria a boca, espigaitavam-se uns, outros afrouxavam os coses, terceiros desabotoavam os coletes. E se entreabria o bico, Nossa Senhora! eram cascalhadas, eram rinchavelhos, e...