No final dos anos 70, Tom Waits caça em Los Angeles um bando de músicos de estúdio, veteranos esquecidos, todos oriundos de New Orleans. Uma das canções que ele grava com eles, “Whistlin’ Past the Graveyard”, é uma pérola. Conheci primeiro uma versão alternativa, mais lenta, numa fitinha K7 [Heartattack and Vine, coletânea de 1980] que eu toquei 395.000 vezes numa época em que era difícil escutar qualquer coisa do primeiro Tom Waits no Brasil. A versão do disco de 1978, Blues Valentine , mais rápida, é bem melhor. É como um Chico Buarque meio vaudeville das rimas nonsense, naqueles momentos mais inspirados, tipo “Bye Bye Brasil” ou a Ópera do Malandro . Em “Whistlin’ Past the Graveyard” Tom Waits chega perto de um certo poeta judeu-americano conhecido pela alcunha Groucho Marx que, por exemplo, fez essa coplazinha em versos alexandrinos românticos: “One morning I shot an elephant in my pajamas. How he got into my pajamas, I don’t know.” A expressão idiomática “whistling past...