As bandas que eram figura típica do
interior praticamente morreram no Brasil, mas continuam vivíssimas e muito
ativas no México [especificamente nos estados de Sinaloa e Sonora no noroeste
do México, ao lado da Califórnia, com um público que se espalha por todo o país
e pela imensa comunidade Mexicana nos Estados Unidos]. A formação mais comum de
dezenas e dezenas de bandas em atividade professional no México eu posso
descrever assim:
Quatro clarinetas, três trumpetes, três
trombones e duas trombas se revezam em ataques sutis ou violentos além de
ajudar a pontuar o ritmo marcado por uma incansável/inacreditável/incessante
tuba que vai soprando seu fom-fom-fom do começo ao vim. De tempos em tempos entram
com a explosão cuidadosamente ensaiada dos sopros uma seção de percussão
propositalmente estridente com uma “tambora” [bumbo com prato em cima] e uma
“tarola” [nosso tarol] – algumas bandas que se aventuram em ritmos como a
cumbia tem também um sujeito para os atabaques. Os cantores [muitas vezes dois
em vocais tipo de dupla caipira] lideram essa imensa turba. Todos se apresentam
tipicamente uniformizados e tem pequenas coreografias ensaiadas.
Hoje em dia a banda El Recodo parece mais uma dupla
sertaneja mudernosa dessa que enchem
o rádio no Brasil. Gostava de El Recodo
quando quando cantava o gorducho/bigodudo Julio Preciado, calculadamente
estridente.
El Recodo "cafona" |
“Tiro de Gracia” é uma daquelas tradicionais dores de corno universais
“La carga sagrada” é uma polca contando uma historia, um
narcocorrido em homenagem a um tal de “el señor de los cielos”
“La quebradora” é uma cumbia, o ritmo
mais desprezado pelas elites e amado pelos pés-de-chinelo do continente, de
norte a sul.
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