O jovem posando de explorador no estúdio |
O primeiro deles fala sobre a amizade entre e sobre o choro:
“Em Cuyabá zombaram muito de mim em consequencia do qua elles
chamavam a minha ‘amizade com os selvagens.’
Já nem tão jovem |
O segundo trecho é aquele que encerra a conferência com uma denúncia e uma declaração de esperança cautelosa feita na presença daqueles que, supunham todos naquele momento, em breve ocupariam posições centrais no Brasil imperial:
“Um sem numero dos seus irmãos ficou
anniquilado por duas especies de barbarismos criados alias por nossa raça de mais
nobre categoria: uma a guerra feroz, a outra a especulação sordida.
O jovem casal de herdeiros do trono |
os descendentes da Africa, tenha tambem o poder sufficiente de
proteger os naturaes deste continente e bem assim bastante clemencia para
educar estes brazileiros que são mais senhores da sua sorte e isto
mesmo ignoram.
Agradeço finalmente
a VV. AA. Imperiaes e a esta distincta assemblea a paciencia que tiveram
durante tanto
tempo acompanhando-me no vehiculo escabroso do meu sotaque estrangeiro.”
O casal, agora de velhinhos |
Também penso melancólico sobre esse primeiro contato no Xingu, imaginando que a tal “mão benigna” do Império seria substituída pela da República em pouco mais de um ano e que de benigna as duas mãos tinham muito pouco. Primeira e Segunda República, Estado Novo, Ditadura Militar, e uma meia dúzia de constituições cheias de intenções benignas e na prática continuamos, como coletividade cultural e como estado nacional, aniquilando com as mesmas duas espécies de barbarismos os povos indígenas.
Às vezes tenho a impressão de que 1888 se passou o ano passado.
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