Um shopping, uma fábrica, um teatro em Detroit:
marcas visíveis, cicatrizes na paisagem urbana
gritando em silêncio uma das nossas muitas perversas insanidades do capitalismo,
aquilo que Marx chamava de destruição ou aniquilamento [Vernichtung] criativa/o:
a destruição sistemática da riqueza
para que se abra espaço
para a criação de nova riqueza
e a reconfiguração da ordem econômica.
Tem gente que acha lindo.
As fotos são - na minha opinião - lindas
não só pela composição e jogo de luz e cores e tal
mas porque uma ruína assim
nos fala de uma morte íntima e monumental
daquele momento em que um passado reconhecível
começa a fazer parte da história,
quando de repente a nossa própria vida
vira também matéria de arqueologia
e as coisas que vimos construírem
pirâmides em ruínas.
É na morte que as pedras
que a gente achava mortas
revelam-se, paradoxalmente, vidas.
As fotos são - na minha opinião - lindas
não só pela composição e jogo de luz e cores e tal
mas porque uma ruína assim
nos fala de uma morte íntima e monumental
daquele momento em que um passado reconhecível
começa a fazer parte da história,
quando de repente a nossa própria vida
vira também matéria de arqueologia
e as coisas que vimos construírem
pirâmides em ruínas.
É na morte que as pedras
que a gente achava mortas
revelam-se, paradoxalmente, vidas.
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