Acho muito simpático e quase irresistível esse tipo de desafio feito pelo FCBK, um desafio em que ninguém ganha de ninguém e todos se divertem.
Um foi feito pelo grande professor e figuraça Charles Perrone, que tem um trabalho importante e muito bonito feito aqui nos Estados Unidos sobre a poesia do Brasil. Além disse ele é poeta e publicou esse poema muito legal, no qual a forma da edição é fundamental:
Minha tradução devia incluir uma tradução de edição mas não tenho tempo para aprender a apresentar com certa decência uma "tradução gráfica". Fica a tradução:
Meios e sem
meios
Miolos de
sabedoria
Brinquedos em petardos
tritura lascas
silvícola
Mingau de
letrinhas
Alegres cachos
tosquiados
Mente meio que viril
Há outras versões legais do poema de Perrone boiando por aí.
Ontem, Ana Martins Marques fez um desafio parecido com um poema de Robert Frost. Ana foi minha colega na Letras e, para quem ainda não sabe, é uma poeta de mão cheia - os dois livros que li dela são muito, muito bons. Eis o poema e a tradução [que já modifiquei um pouquinho desde ontem]:
Fogo e Gelo
Robert Frost
Uns dizem, o mundo acaba em fogo.
Em gelo, dizem outros.
Pelo que já provei do desejo
Fico com os que torcem pelo fogo.
Mas fosse o mundo sucumbir de novo,
Acho que sei o bastante do ódio
Para dizer que o poder destrutor do gelo
Também é bom
E basta.
E o original:
Fire and Ice
Robert Frost
Some
say the world will end in fire,
Some say in ice.
From what I’ve tasted of desire
I hold with those who favor fire.
But if it had to perish twice,
I think I know enough of hate
To say that for destruction ice
Is also great
And would suffice.
Some say in ice.
From what I’ve tasted of desire
I hold with those who favor fire.
But if it had to perish twice,
I think I know enough of hate
To say that for destruction ice
Is also great
And would suffice.
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