Skip to main content

Sagas dos Grandes Brasileiros 1 - Os Ramos

























Os Ramos

Tudo começa com a chegada às terras brasileiras do Cacique de Ramos, que ancorou sua magnífica caravela conversível no piscinão que hoje leva seu ilustre nome. Desde então comemora-se em todo mundo o Domingo de Ramos, que celebra justamente a chegada da famosa família Ramos Brasil. O Cacique veio acompanhado de seus dois filhos mais velhos, Lílian e Graciliano. O destino dos dois no país em que se plantando tudo dá foi diametralmente oposto: enquanto Lílian Ramos se aproveitou de um carnaval especialmente quente para se transformar na poderosa Condessa de Itamar, Graciliano acabou preso na Ilha Grande, anonimamente acusado de honestidade ideológica. O Cacique se fixou em Olaria e abriu um supermercado conhecido na região. Lílian e o Conde de Itamar tiveram filhos gêmeos, Nereu e Nuno Ramos e foram morar perto da Lagoa Nelson Rodrigues de Freitas. Nereu seria presidente por dois meses inteiros da Escola de Samba “GRES Unidos por Getúlio”, tendo seu irmão Nuno como ministro de Assuntos Ultra-Barrocos.
Mas seriam os dois filhos do Cacique nascidos em Olaria que alçariam aos píncaros da glória a vetusta família, sendo hoje conhecidos como “Os Imperadores da Lapa”: são eles Tony Ramos, o “Grelo Falante”, e Lázaro Ramos, o “Madame Satã”. Tragicamente o Cacique não viveu o bastante para ver o êxito extraordinário dos seus dois filhos mais jovens, morrendo de febre aftosa pouco antes da transferência da soberania nacional de Portugal para a Inglaterra e da construção da Estrada de Ferro Leopoldina.
A família tem ainda [permita-me o trocadilho acidental] outro ramo no Brasil. Celso Ramos, primo torto de Nereu, foi parar em Santa Catarina, atraído pelas potocas do irmão Cacique e suas belas fotos da praia e do carnaval açoriano de Florianópolis. Apesar das praias infestadas de argentinos, Celso Ramos adaptou-se logo ao clima temperado e casou-se duas vezes, primeiro com Helena [grande atriz dramática do cinema nacional] e depois com Lucy [atriz/modelo quase como a sua tia ilustre Condessa]. César teve com as duas esposas três lindos e talentosos filhos: Mauro Ramos, que ganhou duas Copas do Mundo [58 e 62, esta última como capitão da equipe], Arthur Ramos, biógrafo ilustre de seus primos Grelo e Satã, e ainda Ofélia Ramos, cozinheira de mão cheia e cabeleira formidável, mãe por sua vez de Saulo e Samuel Ramos, ambos filósofos sertanejos de extração Kantiana.
PS. Malditos cogumelos! Fui imitado na vida real pelos caso dos dois Daniel Dantas...

Comments

Por isso me ufano deste país!

- - -

Lembra a musiquinha da árvore da montanha? "Nessa árvore tinha um ramo, oh que ramo, belo ramo, aiaiai que amor de ramo. O ramo no galho, o galho na árvore, e a árvore na montanha, larará..."
Podia ser o hino da familia!

Popular posts from this blog

Protestantes e evangélicos no Brasil

1.      O crescimento dos protestantes no Brasil é realmente impressionante, saindo de uma pequena minoria para quase um quarto da população em 30 anos: 1980: 6,6% 1991: 9% 2000: 15,4%, 26,2 milhões 2010: 22,2%, 42,3 milhões   Há mais evangélicos no Brasil do que nos Estados Unidos: são 22,37 milhões da população e mais ou menos a metade desses pertencem à mesma igreja.  Você sabe qual é? 2.      Costuma-se, por ignorância ou má vontade, a dar um destaque exagerado a Igreja Universal do Reino de Deus e ao seu líder, Edir Macedo. A IURD nunca representou mais que 15% dos evangélicos e menos de 10% dos protestantes como um todo. Além disso, a IURD diminuiu seu número de fiéis   nos últimos 10 anos de acordo com o censo do IBGE, ao contrário de outras denominações, que já eram bem maiores. 3.      Os jornalistas dos jornalões, acostumados com a rígida hierarquia inst...

Poema meu: Saudades da Aldeia desde New Haven

Todas as cartas de amor são Ridículas. Álvaro Campos O Tietê é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia, mas o Tietê não é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia porque não corre minha aldeia. Poucos sabem para onde vai e donde vem o ribeirão da minha aldeia, 
 que pertence a menos gente 
 mas nem por isso é mais livre ou menos sujo. O ribeirão da minha aldeia 
 foi sepultado num túmulo de pedra para não ferir os olhos nem molhar os inventários da implacável boa gente da minha aldeia, mas, para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, 
 a memória é o que há para além do riberão da minha aldeia e é a fortuna daqueles que a sabem encontrar. Não penso em mais nada na miséria desse inverno gelado estou agora de novo em pé sobre o ribeirão da minha aldeia.

Contos: "O engraçado arrependido" de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato conta em "O engraçado arrependido" a história trágica de um homem que não consegue se livrar do papel de palhaço da cidade, papel que interpretou com maestria durante 32 anos na sua cidade interiorana. Pontes é um artista, um gênio da comédia e por motives de espaço coloco aqui só o miolo da introdução em que o narrador descreve o ser humano como “o animal que ri” e descreve a arte do protagonista: "Em todos os gestos e modos, como no andar, no ler, no comer, nas ações mais triviais da vida, o raio do homem diferençava-se dos demais no sentido de amolecá-los prodigiosamente. E chegou a ponto de que escusava abrir a boca ou esboçar um gesto para que se torcesse em risos a humanidade. Bastava sua presença. Mal o avistavam, já as caras refloriam; se fazia um gesto, espirravam risos; se abria a boca, espigaitavam-se uns, outros afrouxavam os coses, terceiros desabotoavam os coletes. E se entreabria o bico, Nossa Senhora! eram cascalhadas, eram rinchavelhos, e...