Sonho cansado
Repara este traço
da mancha da espuma
da baba do verso
nervoso grafado
no meu travesseiro:
ao som abafado
do osso esmagado
por entre ferragens
da porta do carro
ardendo no fogo
esvai-se o corpo
em fumaça e cinza
que o vento carrega
maduro do chão
e a chuva retorna
fundida na lama
que o sol do meu sonho
resseca num pó
preto, amargo e impuro,
que irrita a garganta
e desce ao pulmão.
Como é que vem cá,
no meio do sonho,
e amarra a sua égua
o velho cansado
que espera o futuro
aqui, bem no centro
no meio de mim?
Repara este traço
da mancha da espuma
da baba do verso
nervoso grafado
no meu travesseiro:
ao som abafado
do osso esmagado
por entre ferragens
da porta do carro
ardendo no fogo
esvai-se o corpo
em fumaça e cinza
que o vento carrega
maduro do chão
e a chuva retorna
fundida na lama
que o sol do meu sonho
resseca num pó
preto, amargo e impuro,
que irrita a garganta
e desce ao pulmão.
Como é que vem cá,
no meio do sonho,
e amarra a sua égua
o velho cansado
que espera o futuro
aqui, bem no centro
no meio de mim?
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