Bento Gonçalves |
Soldados:
"Dei meu quepe para o meu filho pequeno. Ele pediu muito. E não tirava o quepe da cabeça o tempo todo. Dois anos depois eles fizeram o diagnóstico: um tumor no cérebro... Você pode escrever o resto sozinha. Eu não quero falar mais." [40]
Sujeito chega em casa do trabalho e diz para a mulher, "me disseram que amanhã ou eu vou para Chernobyl ou tenho que devolver a minha caderneta do Partido". "Mas você não está no Partido". "Eu sei, então fiquei pensando: como é que eu arranjo uma caderneta do Partido até amanhã de manhã?" [44]
"Tenho minhas prórias memórias. Meu cargo oficial era comandante das unidades de guarda. Algo como diretor do apocalipse. [Risos] Isso. Escreve aí isso mesmo." [46]
"Nós não entendíamos tudo, mas nós vimos tudo." [51]
Bento Gonçalves |
"Então, para ser honesta, não sinto que a Rússia seja minha terra natal. Nós crescemos de outro jeito, nossa terra natal era a União Soviética." [58]
"Só há um tipo de governo por lá - o homem armado. [...] [silêncio. ela então chora por um bom tempo] Existe coisa mais amedrontadora que gente? [silêncio]. [61]
"Essa vida já passou e eu não tenho mais energia para viver outra." [62]
Rio Doce |
"Isso aqui não é mais uma fazenda coletiva, é uma comuna. Nós só precisamos comprar um cavalo e aí nós não precisamos de mais nada." [75]
"Chernobyl é feito a guerra de todas as guerras. Não há como esconder-se. Nem debaixo da terrra, nem debaixo d'água, nem no ar." [75]
"Tinha uma ucraniana no mercado vendendo umas maçãs grandes bem vermelhas, "venham comprar maçãs! Maçãs de Chernobyl! Alguém disse para ela para não ficar falando assim que ninguém ia comprar as maçãs. "Não se preocupe!" Ela responde. "Eles compram mesmo assim. Uns precisam de uma maçã para a sogra em casa, outros de uma maçã para o chefe no trabalho." [76]
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