Os mexicanos, liderados por Benito Juarez,
botaram os franceses para correr e fuzilaram Maximiliano, que tinha sido abandonado por seus
aliados da Igreja Católica mexicana por não concordar em dar à Igreja Católica o poder desmedido que ela desejava quando apoiou a invasão. Acredito que essa
vitória dos mexicanos garantiu que as novas potências européias (e os Estados Unidos) não fizessem
com a América Latina o que fizeram com a África e o Oriente Médio. E a partir daí
muita gente no Brasil foi batizada de Juarez em homenagem ao Mexicano. Uma das mais importantes colunas de jornal a favor do republicanismo, de Quintino Bocaiúva, chamava-se "Olhemos para o México".
Anos depois, em Falenas [1870] Machado ainda voltaria aos eventos do reinado de
Maximiliano em outro poema, “La Marchesa de Miramar”. Dessa vez ele faz da esposa
de Maximiliano, Carlota [que enlouqueceu mesmo de fato], uma heroína trágica a
maneira de Dido e imagina o próprio Maximiliano [que tinha só 35 anos quando
foi fuzilado] como uma espécie de Macbeth:
“Viúva e moça, agora em vão procuras
No teu plácido asilo o extinto esposo.
Interrogas em vão o céu e as águas.
Apenas surge ensangüentada sombra
Nos teus sonhos de louca, e um grito
apenas,
Um soluço profundo reboando
Pela noite do espírito, parece
Os ecos acordar da mocidade.
No entanto, a natureza alegre e viva,
Ostenta o mesmo rosto.
Dissipam-se ambições, impérios morrem.
Passam os homens como pó que o vento
Do chão levanta ou sombras fugitivas.
Transformam-se em ruína o templo e a choça.
Só tu, só tu, eterna natureza,
Imutável, tranqüila,
Como rochedo em meio do oceano,
Vês baquear os séculos.”
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