Susan Sontag fazendo pose de inteligente |
As obras de "pornografia literária" de Sade ou Bataille entre outros são o tema central do ensaio. Eu já tinha lido bastante Bataille - escrevi um artigo sobre ele e Faulkner que um dia hei de publicar um dia. Sade eu procurei ler um pouquinho por causa desse artigo. Chamou minha atenção quando li por aí o nome de Sade como exemplo de uma espécie de elegia a um sonho de liberdade sexual total para criticar a "puritanismo" de certas pessoas.
Sade fazendo pose de... sádico |
Rousseau fazendo pose de inocente |
Veja que longe de qualquer puritanismo besta, Sontag descarta interpretações como a de George Steiner, de que a pornografia existiria apenas como sintoma de uma sociedade doente [doente justamente pela repressão sexual]. Essa diferenciação vem, entre outras coisas, porque Sontag diferencia o ato de aventurar-se nos extremos da consciência humana através da performance de atos de violência, verbal ou de fato, do uso desses extremos de consciência como material para as artes.
Sontag fica a quilômetros dos lugares comuns que ainda circulam até hoje por aí quando nos lembra que
Everyone has felt (at least in
fantasy) the erotic glamor of physical cruelty and an erotic lure in things
that are vile and repulsive. These phenomena are part of the genuine spectrum
of sexuality, an if they are not to be written off as mere neurotic
aberrations, the picture may look different from the one promoted by
enlightened public opinion, and less simple. (222)
A sexualidade “may prove amenable to domestication through scruple,
but then again, it may not” e “when people venture into the extremities of
consciousness, they do so at the peril of their sanity, that is to say, of
their humanity”. Trata-se de prudência [cujo fundamento é sempre um certa dose de humildade] para reconhecer o perigo que o ato pornográfico representa para a humanidade e sanidade não só dos que o praticam como dos que se encontram por perto.
Arte minha: "A History of Violence" |
Comments
Bom, confesso que continuo sem saber! Hahah!
Amplexo!
André
Mas que ficou uma péssima adaptação, ficou.