Segue um soneto de Eu (1912) dos meus favoritos. Augusto dos Anjos foi uma das minhas paixões da adolescência [ainda adoro os exageros despudorados dele, como esse chorar "bilhões de vezes"].
O tamarindo, árvore de origem africana que se espalha por todos os trópicos desde muito tempo [tanto que o nome científico cita a Índia, onde o tamarindo é muito popular], é uma árvore forte, frondosa, “cheia de personalidade”, também e com uma participação importante em um conto de Juan Rulfo ["Es que somos muy pobres"]. Ah, escrevo esse post saboreando um suco de ... tamarindo.
Debaixo do tamarindo
No tempo de meu Pai, sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilissimos trabalhos!
Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos,
Guarda, como uma caixa derradeira,
O passado da Flora Brasileira
E a paleontologia dos Carvalhos!
Quando pararem todos os relógios
De minha vida e a voz dos necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,
Voltando à pátria da homogeneidade,
Abraçada com a própria Eternidade
A minha sombra há de ficar aqui!
O tamarindo, árvore de origem africana que se espalha por todos os trópicos desde muito tempo [tanto que o nome científico cita a Índia, onde o tamarindo é muito popular], é uma árvore forte, frondosa, “cheia de personalidade”, também e com uma participação importante em um conto de Juan Rulfo ["Es que somos muy pobres"]. Ah, escrevo esse post saboreando um suco de ... tamarindo.
Debaixo do tamarindo
No tempo de meu Pai, sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilissimos trabalhos!
Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos,
Guarda, como uma caixa derradeira,
O passado da Flora Brasileira
E a paleontologia dos Carvalhos!
Quando pararem todos os relógios
De minha vida e a voz dos necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,
Voltando à pátria da homogeneidade,
Abraçada com a própria Eternidade
A minha sombra há de ficar aqui!
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