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Para comemorar o 13 de maio: As cotas e as máscaras

Sinceramente acho que o 13 de maio é para comemorar, mas para lembrar e refletir sobre as relações raciais no Brasil. Então lá vai:

As cotas e as máscaras
Ainda que alguém possa fazer um ou outro reparo específico a forma como se quer implantar sistemas de cotas no Brasil, acho que as cotas são fundamentais por uma questão de justiça. Acho que esses reparos podem ser feitos ser qualquer comprometimento da idéia em si como forma de ajustes durante o processo de implementação e que portanto não faz sentido ser contra as cotas por causa disso. Muito antes pelo contrário, acho que é hora de clareza de posições: e as cotas servem exatamente para dar clareza a esse que é um dos vários debates que são tradicionalmente escamoteados no Brasil. Esse escamoteamento não é novo e não tem nada de inocente – não se trata daquilo que Machado de Assis uma vez chamou de “inconsciente hipocrisia”. Não é à toa que somos um dos países mais desiguais do mundo. Na época do império todos no Brasil eram a favor da abolição, mesmo os principais responsáveis por quase 50 anos de enrolação dessa questão. Da mesma forma hoje todos, inclusive os ruralistas, são a favor da reforma agrária. No Brasil até o general/presidente Ernesto Geisel era a favor da democracia!!! Assim vamos caminhando para a igualdade racial e para a reforma agrária a moda dos milicos: em uma “transição lenta, gradual e segura” que se depender dessa gente dura até os fins dos tempos. As cotas impedem essas pessoas que não querem mudar absolutamente nada nas relações sociais e raciais no Brasil de continuarem fingindo que são a favor da igualdade "em tese". Nós sabemos que essas pessoas não querem ser obrigadas a competir pela primeira vez em condições menos desiguais com aqueles que eles dizem considerar como iguais "em tese".

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