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Eu, o “excêntrico”?

Volta e meia eu me sinto um ET. Por exemplo, a gente não pega qualquer tipo de sinal de TV em casa, nem antena nem cabo. Não é que a gente nunca assista televisão, mas aqui a gente só assiste DVDs ou alguma coisa rápida de vez em quando na internet. Novela, jogo de futebol ou jornal de TV só na casa dos outros, ou seja quase nunca.
Também fico completamente fora da média nacional de leitura. Eu realmente adoro ler e dizem que no Brasil é mais fácil alguém arrombar seu carro e levar um par de meias velhas do que um livro novinho.
E agora deu no jornal: pesquisa da UnB com quase 2 mil profissionais brasileiros mostra que 85% das mulheres e 95% dos homens preferem ser liderados por homens no trabalho.
E eu que achava que era brincadeira quando as pessoas me perguntavam se não era difícil trabalhar com mulheres… Foram mulheres a minha orientadora de doutorado e os três membros do meu comitê e é mulher a chefe do meu departamento. Eu gostei, não porque elas são mulheres mas porque elas trabalham bem e eu me afinei, suponho, com o estilo delas.
Mas não me sinto nem um pouco menos brasileiro por causa disso. Talvez não tão típico, mas quem de nós não é atípico em alguma coisa? Conheço brasileiros que não gostam de futebol, brasileiros que não bebem cerveja, brasileiros que são vegetarianos, etc. Eles são tão brasileiros quanto eu, ora bolas. E pobre de um povo que se definisse por sua paixão pela Rede Globo, sua indiferença pelos livros e seu preconceito contra as mulheres…

Comments

iaiá said…
ok. oficialmente sou uma ET, detesto axé, pagode e o um tal de créu que surgiu por aqui...
leio 1 livro por semana e não acredito na rede bobo. e mais outras coisas.
gostei do seu blog e das palavras e opiniões, fiquei até com medo de comentar no lugar, devido ao nível, mas fato é que não resisti, parei aqui pelo carpinejar.
bjs
Obrigado pelo ser comentário, Iara. Somos muitos os ETs não é mesmo? Somos legião! As pessoas "normais" não nos enxergam, isso é, precisamente, "normal"...p

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