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Três vinténs e o português de João Guimarães Rosa


"Em relação a mim, houve por aqui (no Brasil) muitos equívocos, que ainda hoje não desapareceram de todo e que, curiosamente, ao que parece, não houve em Por­tugal. Pensaram alguns que eu inventava palavras a meu bel-prazer ou que pretendia fazer simples erudição. Ora o que sucede é que eu me limitei a explorar as virtualidades da língua, tal como era falada e entendida em Minas, região que teve durante muitos anos ligação direta com Portugal, o que explica as suas tendências arcaizantes para lá do vocabulário muito concreto e reduzido."





"Falei quando dinheiro me deu, afetando ser bondoso: - 'Eu tinha três vinténs, agora tenho quatro...' Contentado ele ficou, não sabia que eu estava abrindo e medindo."
Trecho do conto "Esses Lopes" de Guimarães Rosa 


Furos em moedas de prata de 3 vinténs:
Amuleto de protecção à virgindade das raparigas novas, andava ao pescoço das mesmas num fio preto ou então eram cosidas à roupa interior, no dia do casamento supostamente eram entregues ao marido. Caso o amuleto não funcionasse e a moça se antecipasse, era descartado.






"
— Então eu tenho de pagar um dote?!...
— Ou casar... Ah, meu amigo, este negócio de três vinténs é assim! Custa dinheiro! Agora, se você quiser, vá queixar-se à policia... Está no seu direito! Eu me explicarei em juízo!..."
Trecho do romance O cortiço de Aluísio Azevedo

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