Foto minha: Esperança na calçada |
Um desejo poderoso sustenta nossa fé inabalável de que os eventos de uma vida, se representados adequadamente, adquirem a coerência formal de uma narrativa. Que desejo é esse de ver nossas vidas (que podem perfeitamente ser simplesmente uma história sem pé nem cabeça) se encaixando numa concatenação perfeita de eventos que constituiriam épicas, tragédias, comédias ou farsas? Eu acho que é o desejo desesperado de dar sentido às nossas próprias vidas, vontade de negar o sem-sentido radical que nos acompanha como uma sombra ameaçadora.
Esse mesmo desejo tão intenso se desdobra num sentido coletivo e nos faz acreditar no rigor formal contido naturalmente na História de um lugar ou de um determinado tempo qualquer. Assim, contra todas as evidências que apontam para uma sucessão de desastres que nos levam do nada ao lugar nenhum, mantemos uma fé fervorosa no progresso.
Esse mesmo desejo tão intenso se desdobra num sentido coletivo e nos faz acreditar no rigor formal contido naturalmente na História de um lugar ou de um determinado tempo qualquer. Assim, contra todas as evidências que apontam para uma sucessão de desastres que nos levam do nada ao lugar nenhum, mantemos uma fé fervorosa no progresso.
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