Seo Habão reduzia a gente miserável à sua volta e queria reduzir os jagunços do bando de Riobaldo.
Giovani
de Deus Borges não é capitão diplomado a guarda nacional, mas sim engenheiro
civil e mora em na rica Patos de Minas, onde o pai dele José Bernardino Borges
Sobrinho [conhecido por Seo Zizi], dono de seis lojas na cidade e um site curioso que tentar dar a um comércio com o nome do apelido do dono um ar modernoso e diz, entre outras coisas, que o “Grupo Zizi” tem como “características
principais e diferenciais, a tradição na cidade de Patos de Minas e o bom
atendimento.”
O Ministério Público Federal descobriu que Giovani de Deus Borges “reduziu a condições análogas à de
escravo” oito
carvoeiros [que produzem o carvão que esquenta aquele nosso churrasquinho de
fim de semana] à escravidão em uma fazenda perto de São Romão, que fica na margem oeste do São Francisco. Habão via em tudo e todos à sua volta arrobas de cana de açúcar, milho, arroz e feijão; o filho do Seo
Zizi trata de encher os bolsos com carvão vegetal que qualquer um que
conheça as imensas "florestas" de eucalipto que se espalham pela
região percebe ser onde o dinheiro está. Conversei há muitos anos com um
fazendeiro mineiro que me disse que plantio nenhum batia os lucros do
eucalipto. Na verdade o eucalipto é o atestado de que o norte de minas continua
a ser uma periferia da periferia, uma região que vive em função de outras
funções relativamente periféricas no Brasil, por sua vez periférico
também.
Os tempos são outros e ao mesmo tempo não são.
O ministério público fez a
denúncia e o fazendeiro consta da lista negra da escravidão [também conhecida como lista de amigos da Kátia Abreu], mas parece que “Seo Giovani” arrendou as terras em questão a um "motorista de profissão" [os motoristas e pilotos mineiros são capazes de coisas incríveis e o piloto de helicóptero dos Perella não me deixa mentir] de nome Fabrício Cardoso Lino em troca de 10% do rendimento do empreendimento e Fabrício que disse, arremedando mal e porcamente um Zé Bebelo de quinta, que “não sabia que fornecer
aquele tipo de alojamento para trabalhadores, sem banheiro, água potável, local
para armazenar alimentos, era inadequado”.
[continua amanhã]
Comments